Animais que perderam seus tutores estão sendo tratados e colocados para adoção.
Depois de toda a destruição causada pelas chuvas da última semana, é hora de contabilizar as vítimas. São 266 pessoas mortas, 2.500 desabrigadas e 200 cães resgatados das áreas atingidas. Com todo o pânico e desespero para tentar sair de casas que estavam ruindo com a força das águas, as pessoas acabaram deixando para trás todos os animais de estimação. Agora, a ONG Estimação está com voluntários recolhendo estes animais para dar o tratamento necessário e um novo tutor para os bichinhos.
São animais de todos os tamanhos e raças, que além de terem passado por uma situação dramática, sentem a falta dos tutores. A grande maioria deles foi retirada de localidades muito castigadas pelas chuvas como Campo Grande, Caleme e Três Córregos. Todo o trabalho de cuidado com os animais está sendo feito através de voluntariado. A ONG Estimação conseguiu um galpão no Meudon (Rua Caramuru, número 200) para que os bichinhos sejam colocados, recebam comida e água. No local os animais tomam banho, são tosados quando necessário e são imunizados com as vacinas básicas.
De acordo com Teresa Dantas, veterinária que está ajudando a coordenar essa força-tarefa de ajuda aos nossos “amiguinhos” de quatro patas, a grande necessidade é de voluntários. “Esses animais chegam estressados e fraturados. Todos os tipos de problemas estão chegando e a gente está tentando fazer o melhor possível para eles, todo mundo está ajudando como pode tem colegas fazendo Raios X, outros fazendo ultra e estamos sempre precisando de voluntários”, disse.
Teresa afirmou que as doações de alimentação e de água (já foram entregues 200 kg de ração), estão dando para manter os bichos. Eles pedem agora que pessoas que tenham contatos com laboratórios ou que tenham vacinas em estoque, que doem o medicamento para que os animais possam sair dos abrigos devidamente imunizados: “Nós queremos vacinar esses animais. Precisamos de vacina de raiva, medicamentos e anestésicos. Estamos precisando muito de sedativos, pois dependendo do local onde o cachorro estiver ele precisa ser sedado”. Além disso, Teresa precisa de guias fortes, coleiras e cercadinhos de arame para que os filhotes fiquem separados dos cães adultos.
Como ainda existem áreas sem acesso, Teresa acredita que o número de animais resgatados possa aumentar. “Nós estamos tentando conseguir um espaço maior, um outro galpão, porque são muitos animais”, afirmou.
Todos os animais que passarem pelo abrigo serão colocados para adoção. “Acho que o fundamental, depois do tratamento que a gente tem dado é fundamental que as pessoas adotem, pois a cidade está em luto, a gente tem muitos óbitos, a cidade está mobilizada nisso. A gente está tentando fazer também por esse animais, porque se cada um fizer a sua cidadania já vai fazer bastante. E são seres vivos que também precisam de auxílio, porque eles também perderam tudo. Se eles pudessem falar, imagino as tragédias que eles poderiam passar para a gente”, lembrou.
Segundo ela, até esta segunda-feira, foram adotados apenas 25 animais, número baixo para a quantidade de cães que estão no abrigo. “A gente pretende se manter aqui, tentando outros espaços e vamos fazer uma campanha de adoção, porque esses cães precisam ser adotados. Vamos passá-los saudáveis. Temos muitos filhotes também os filhotes são fáceis de dar mas eles precisam ser vacinados”, disse ela.
Fonte: Diário de Teresópolis
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